Diversos projetos ambientais foram apresentados na Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, denominada Rio+20.
Entre os projetos que foram mostrados e que deverão influenciar na vida
de muitos mossoroenses está um documentário sobre a caatinga.
Segundo Ramiro Camacho, professor Doutor da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte e um dos criadores do documentário, o material
entregue e exibido na Rio+20 poderá trazer novos investimentos para a
região do semiárido nordestino.
Ele explica que os novos investimentos serão principalmente para a
recuperação e preservação da caatinga. Além da verba para preservar a
fauna e a flora, parte do dinheiro também deve ser investido em projetos
e programas socioambientais, ou seja, aqueles que visam a ajudar
pessoas que dependem do meio ambiente para sobreviver.
“Manifestamos na Rio+20 que temos a necessidade urgente de cuidar
do nosso meio ambiente. A minha parte no projeto é mais sobre a
recuperação e preservação da caatinga, no entanto, existem outros
autores e outros projetos que focaram mais o lado socioambiental.
Acredito que novas políticas e investimentos serão traçados para nossa
região e no próximo ano já teremos alguma melhora”, comenta o professor
Ramiro.
Para quem mora na zona rural e depende do meio ambiente para tirar o
sustento dele e da família, os projetos do Governo não podem demorar.
Há 60 anos trabalhando na lavoura, Antônio de Medeiros, conhecido
popularmente como Antônio Mossoró, conta que este ano foi de grande
prejuízo para quem trabalha e depende da agricultura.
“Essa foi a pior seca que vi desde 1958. Tudo que a gente plantou
se perdeu. Tivemos prejuízos com o milho, feijão e a mamona. Este ano
não dá para tirar nem o alimento da gente e nem os dos bichos. O
restinho do alimento que a gente tem vai dando ao animal, mas daqui a
pouco ele acaba”, afirma o experiente agricultor.
Para Antônio Mossoró, uma das formas de amenizar os prejuízos da
seca é o Governo Estadual diminuir o valor cobrado pela energia
elétrica. Ele revela que, se a energia fosse mais barata, os
agricultores conseguirem plantar e colher sem ter muito prejuízo, pois
poderiam regar a plantação e substituir as chuvas.
“Se for ligar as bombas para aguar toda a plantação de milho,
feijão e mamona, a conta de energia vai dar de R$ 800,00 a R$ 1.000,00.
Este preço de energia não compensa para o produtor. Fica muito caro”,
dispara.
O agricultor avisa que o ideal seria que a conta de energia viesse
em, no máximo, R$ 300,00. Caso o valor fosse esse, ele garante que
irrigar a plantação e garantir a colheita dos alimentos seria algo
compensador. “Se a conta fosse menor dava para plantar e poder colher
alimento para a gente e para os animais. Se o Governo quer ajudar os
agricultores da zona rural devem diminuir o preço da energia”, declara.
Jornal Gazeta do Oeste.
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