Caraúbas, no
Rio Grande do Norte, é o mais novo município a dizer “não” às cisternas
de plástico/PVC. A localidade, beneficiada pelo Programa Um Milhão de
Cisternas (P1MC), reforça o coro formado por outros municípios,
associações e organizações não governamentais, entre elas a Diaconia, em
defesa da construção de cisternas de placa nas propriedades das
famílias agricultoras. “Além de mais caras, as cisternas de PVC
armazenam um volume menor de água e são menos resistentes, tornando-se
lixo plástico no meio ambiente”, explica o coordenador da Unidade
Territorial da Diaconia em Umarizal, Leonardo Freitas.
Desenvolvido em
parceria com o Governo Federal – Ministério do Desenvolvimento Social, o
P1MC é uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para a
Convivência com o Semiárido da ASA. O objetivo é beneficiar cerca de
cinco milhões de pessoas em toda Região com água potável para beber e
cozinhar, através das cisternas de placas. “No entanto, o Ministério da
Integração Nacional, no afã de universalizar o acesso à água e atender a
metas do `Água para Todos`, licitou a compra de cisternas de PVC a uma
empresa multinacional. Afora a questão do custo benefício, a decisão
também interrompe o processo pedagógico realizado pela ASA junto às
comunidades beneficiadas pelo programa”, pontua Freitas.
Ainda de acordo
com o coordenador, não se sabe ao certo quantas cisternas de plástico
foram adquiridas pelo Governo Federal. “Fala-se em 300 mil unidades, mas
não existe um dado oficial. Sabemos que, devido à pressão da sociedade e
à campanha que a ASA encampou, esse número deve diminuir
consideravelmente, uma vez que os municípios e a sociedade estão
sensibilizados e cientes desse absurdo”, observa.
Campanha -
A ASA vem desenvolvendo uma campanha no Semiárido para incentivar que
os municípios rejeitem as cisternas de PVC. A decisão de aceitar ou não a
instalação das cisternas é do gestor municipal. Em Caraúbas, após
reunião com 42 beneficiários das cisternas e representantes de diversas
entidades, entre elas a Diaconia, o prefeito local se comprometeu a
enviar um ofício à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), afirmando que
não receberá as cisternas de PVC no município.
Debate -
No próximo dia 23, será realizado um seminário na localidade para falar
sobre as cisternas de PVC, com a participação de lideranças
comunitárias locais e regionais, imprensa, prefeitos, integrantes de
ONGs parceiras e outros. A Diaconia estará presente como expositora dos
prejuízos trazidos pelas cisternas de PVC e em defesa da continuidade
das cisternas de placas para todo o Semiárido.
Noticias do Campo.
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