segunda-feira, 29 de julho de 2013

Agricultores não têm o que comemorar

Neste domingo, 28 de julho, é comemorado o Dia do Agricultor. Este ano, no entanto, o homem do campo não tem muito o que festejar. Após um período de estiagem, eles vivenciaram a chamada ‘seca verde’, quando há registro de chuvas, mas as mesmas não são suficientes para uma boa safra, como explica o presidente do Sindicato da Lavoura, Francisco Gomes.
Segundo ele, a situação vivenciada por muitos agricultores é de perda da safra. Em Mossoró, chegou a haver fortes precipitações pluviométricas concentradas até em um só dia, não se pode dizer que foi seco e a média de chuvas até foi boa, mas a distribuição irregular não favoreceu o homem do campo, como lembra Francisco Gomes.
Ele comenta que houve trabalhadores rurais que perderam até três plantios e que, dificilmente, será encontrada uma área de plantio com boa safra.
Francisco Gomes explica que os trabalhadores rurais que sobrevivem da agricultura familiar costumam trabalhar na roça de janeiro a maio ou junho, quando o ano tem um bom período chuvoso, colhendo o fruto do trabalho até o mês de agosto. Porém, quando acontece o que ocorreu este ano, eles ficam sem ter com o que trabalhar no segundo semestre do ano.
O auxílio com o qual a categoria conta é o Garantia Safra. Mesmo assim, a burocracia é grande e o benefício não contempla a todos. De acordo com Francisco Gomes, dos, aproximadamente, 5.500 trabalhadores rurais chefes de família em Mossoró, apenas cerca de 2 mil recebeu o Garantia Safra. “E o resto?”, questiona o presidente do Sindicato da Lavoura.
Com tantos problemas, os agricultores não têm o que comemorar. “Tem não”, diz Francisco Gomes.
Outro problema que aflige o homem do campo é a falta de pagamento do ‘Compra Direta’. De acordo com o presidente do Sindicato da Lavoura, muitos agricultores venderam seus produtos ao Governo, mas, até agora, não receberam o pagamento.
Outra questão que preocupa os agricultores diz respeito ao abastecimento de água. Francisco Gomes afirma que, com as chuvas que caíram em Mossoró, muitas cisternas, realmente, ficaram cheias. Depois disso, através de visitas e constatação do volume dos reservatórios, o abastecimento por parte dos carros-pipas foi interrompido. Porém, como argumenta o presidente do Sindicato, há casas com cinco ou mais pessoas, onde o consumo já chegou a 50%, o que leva à necessidade de retomar o abastecimento.
Francisco Gomes informa que foi iniciada a construção de 704 cisternas, que contemplarão, entre outras, zonas rurais como Rancho da Caça, Serra Mossoró, Lagoa do Xavier, Comunidade Jucuri, região do Sítio Pau Branco, Sítio Jardim, Piquiri e Sussuarana. Ele estima que, aproximadamente, 150 a 200 dessas cisternas já tenham sido construídas, mas espera que, ao término da construção a Defesa Civil e o Município retomem o abastecimento das comunidades, contemplando as áreas onde estão sendo construídos os novos reservatórios e aumentando a frequência do abastecimento.
De acordo com Francisco Gomes, hoje Mossoró possui 133 comunidades rurais. Algumas delas são abastecidas por adutoras ou dessalinizadores. São, segundo ele, 54 dessalinizadores e há perspectivas de que novos desses equipamentos cheguem ao Município.
O Sindicato tem pedido ao governo que invista em projetos sustentáveis. De acordo com o sindicalista, às vezes o agricultor tem sua plantação próxima ao rio, mas não tem recursos para montar uma infra-estrutura que leve água ao plantio. Uma boa alternativa, segundo Francisco Gomes, é a perfuração de poços nas comunidades rurais.
Fonte: Gazeta do Oeste








                                                                                                   

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