Brasília – A presidenta Dilma Rousseff assinou ontem (10) termo de
compromisso com 336 prefeituras, que prevê investimentos de mais R$
135,4 milhões do Programa Água para Todos, criado em 2011 para
universalizar o acesso à agua no Brasil. Durante a cerimônia, Dilma
informou aos prefeitos que, até o fim desta semana, deve ser entregue
aos municípios parte dos recursos emergenciais anunciados em julho.
O período histórico de seca que os municípios semiárido brasileiro
enfrentam, citado pelos presentes, foi destacado pela presidenta: “Temos
noção da importância dessa ação, até porque a seca atinge 1.466
municípios em uma região que se constituiu num símbolo de uma série de
problemas, quando a seca ocorre”, disse Dilma.
Segundo ela, o Água para Todos faz parte de uma série de programas do governo que buscam amenizar problemas criados pela seca.
“Ao percebermos o tamanho desse fenômeno climático, montamos uma grande
operação, que culminava em políticas para combater a pobreza de forma
sistemática no Brasil”, ressaltou. O Bolsa Família e os programas
englobados no Plano Brasil sem Miséria foram citados por Dima como
exemplos dessas políticas.
O próprio Programa Água para Todos faz parte do Brasil sem Miséria.
Coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, o programa oferece
sistemas de abastecimento e outras tecnologias para instalação de
cisternas e pequenas barragens, além de kits de irrigação a
áreas rurais que sofrem com a seca. Os municípios beneficiados nesta
etapa do programa receberão 1.042 sistemas coletivos e são, em sua
maioria da Região Nordeste. A exceção é Minas Gerais, que tem 33
incluídas entre as que receberão ajuda do programa.
De acordo com o Palácio do Planalto, mais 41 mil famílias de
comunidades rurais de baixa renda serão beneficiadas com o termo de
compromisso firmado hoje.
Em pronunciamento, a presidenta destacou que a transferência desses
recursos é “estratégica”, pois é preciso diversificar a segurança
hídrica e garantir o armazenamento de água de todas as formas possíveis.
“Temos de usar a melhor tecnologia disponível e apostar que essas
formas, em conjunto, vão permitir que se dê mais um passo na convivência
com a seca.”
Para estudar e aplicar tais tecnologias, o Programa Água para Todos
conta com o apoio do Serviço Geológico do Brasil, que identifica locais
adequados e constrói poços de grande profundidade para o abastecimento
de água. O diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço, Thales
Sampaio, ressaltou que a qualidade da água fornecida é um diferencial
do programa. “Os poços são estratégicos para que os caminhões-pipa se
abasteçam de água […]. Essa água vai abastecer as cisternas e as
comunidades”, expicou Sampaio. Segundo ele, dependendo das condições da
região, cada poço pode atender a cerca de 50 municípios carentes.
Um dos municípios que firmaram o termo de compromisso é Guamaré, no Rio
Grande do Norte, que tem cerca de 13 mil habitantes e está na 3.561º
lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
De acordo com o prefeito Hélio Miranda da Fonseca, a seca dificulta a
busca de água por caminhões-pipa em barragens próxima. “Com esse
investimento, vamos furar poços tubulares e fazer açudes para, quando
vier a chuva, conseguirmos um ano melhor para o município”, disse
Fonseca, lembrando que praticamente não choveu na cidade este ano.
Conforme informações do Palácio do Planalto, o Água Para Todos deverá
entregar, até o ano que vem, 750 mil cisternas em cidades e zonas rurais
que sofrem com a seca, dispondo, para isso, de R$ 5,5 bilhões. Até o
momento, foram entregues 370.677 cisternas, informou o ministro da
Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Ele acrescentou que 3.621 pequenas barragens estão sendo construídas.
“A seca mostrou que falta água para a atividade produtiva – é preciso
ter a pequena barragem, ao lado da média e da grande, do eixo de água e
da adutora. É preciso ter água para os animais amigos da propriedade”,
justificou o ministro.
Agência Brasil
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