A associação entre o desaparecimento de abelhas e o uso de agrotóxicos
levou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) a restringir a aplicação de quatro tipos de
princípios ativos de inseticidas. Os compostos químicos – Imidacloprido,
Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil – estão proibidos, provisoriamente,
de serem disseminados por via aérea e em épocas de floração na lavoura.
Além disso, passarão por um processo de reavaliação do uso, já que
estudos científicos têm apontado essas substâncias como causadoras da
morte desses insetos em diferentes regiões do país.
O agrônomo, Quimet Toldrá, destaca a importância das abelhas para a produtividade de certas culturas agrícolas.
“A abelha européia, a nível mundial, é responsável por aproximadamente
75% da produção de frutos. No caso das maçãs, por exemplo, calcula-se
que 90% da produção é responsável pela polinização das abelhas. Em
outros cultivos como o café 60% se deve as abelhas.”
Toldrá ainda ressalta os problemas do modelo atual de produção agrícola
adotado pelo país, baseado nas monoculturas, que vem utilizando
largamente produtos químicos a fim de aumentar a produtividade.
“Atualmente se diz que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do
planeta. Então, a quantidade que está se jogando de agrotóxicos vai ter
efeitos na biodiversidade. Não são efeitos às vezes até diretos, mas
indiretos. Ou seja, vai se rompendo a cadeia de reprodução das plantas,
de diferentes espécies vegetais.”
Após a reavaliação, o Ibama irá decidir se mantém a suspensão da
aplicação por avião dos agrotóxicos que contenham os compostos químicos
analisados ou, ainda, se adotará outras medidas de restrição ou controle
das substâncias.
Noticias do Campo.
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