Garantir a renda do agricultor familiar em caso de perda da produção e
favorecer investimentos no setor. Estes são os principais objetivos do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ao propor a ampliação dos
programas Garantia-Safra e Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) no
Plano Safra 2012-2013. “Estamos aperfeiçoando todos os instrumentos de
proteção da renda do agricultor familiar”, enfatizou o ministro do
Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
O Garantia-Safra é voltado para agricultores com
renda familiar de até 1,5 salário mínimo por mês e funciona de forma
cooperada. Ou seja, é necessária adesão do agricultor, do município, do
estado e da União ao fundo do programa. Confirmada a perda de pelo menos
50% da safra no município por adversidade climática, o recurso pode ser
acessado pelos agricultores daquela localidade. Na safra 2011-2012 ,
mais de 770 mil agricultores serão beneficiados pelo programa.
Até a safra 2011-2012 a ação estava disponível apenas
para a região do semiárido. A partir da aprovação da mudança da lei,
outros municípios de todo o país poderão aderir ao Garantia-Safra. Os
agricultores interessados em participar do programa devem procurar as
prefeituras, sindicatos ou empresas de assistência técnica em seus
municípios antes do início do plantio para fazerem a adesão ao
Garantia-Safra e, assim, garantir sua renda em caso de estiagens ou
enchentes.
“Queremos dar mais segurança, mais tranquilidade aos
nossos agricultores para que eles possam fazer mais investimentos e
melhorar sua produção. Tomar mais crédito, sabendo que podem fazer esses
investimentos porque têm seguros que garantem essa produção,
principalmente quando eles tiverem que enfrentar momentos de adversidade
climática”, afirma o secretário da Agricultura Familiar, Laudemir
Muller.
No Seguro da Agricultura Familiar, o agricultor
quando faz o financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) para custeio, automaticamente contrata o
seguro. Havendo perda da safra por adversidade climática o seguro paga o
financiamento e também dá uma cobertura de renda – equivalente a 65% da
receita líquida estimada, limitada a um teto que era de R$ 3,5 mil e
que será ampliado para R$ 7 mil. Nessa modalidade o agricultor precisa
comunicar ao banco, aguardar a vistoria na lavoura e o laudo técnico que
comprove a perda para receber o benefício.
Atualmente o MDA tem R$ 32 bilhões do Pronaf nas mãos
de agricultores familiares. O Seaf é que garante o retorno desse
crédito no momento em que o agricultor tem sua capacidade de pagamento
comprometida. Na safra 2011-2012, mais de 90 mil agricultores familiares
comunicaram perda e poderão ser indenizados pelo seguro agrícola, com
desembolso pelo governo federal de cerca de R$ 650 milhões. “O seguro é
um instrumento muito importante pois garante que o agricultor esteja
amparado e tenha capacidade de retomar sua produção em caso de perda”,
explica Laudemir.
Palavra do agricultor
O senhor Sebastião Pereira da Rocha mora com a mulher e dois netos no município de Lagoa dos Patos, no norte de Minas Gerais. Em uma área de pouco mais de 1,5 hectare planta milho, feijão, mandioca e cria galinhas para ajudar a complementar a renda da aposentadoria. No ano passado, o forte período de estiagem comprometeu mais de metade da produção. A inscrição no Garantia-Safra assegurou a quantia de R$ 640 à família, divididos em quatro parcelas pagas a partir de abril deste ano. Com o dinheiro ele pode comprar remédios para os animais e pagar as dívidas para o plantio da roça.
O senhor Sebastião Pereira da Rocha mora com a mulher e dois netos no município de Lagoa dos Patos, no norte de Minas Gerais. Em uma área de pouco mais de 1,5 hectare planta milho, feijão, mandioca e cria galinhas para ajudar a complementar a renda da aposentadoria. No ano passado, o forte período de estiagem comprometeu mais de metade da produção. A inscrição no Garantia-Safra assegurou a quantia de R$ 640 à família, divididos em quatro parcelas pagas a partir de abril deste ano. Com o dinheiro ele pode comprar remédios para os animais e pagar as dívidas para o plantio da roça.
A facilidade para receber o benefício é elogiada pelo
agricultor que pretende aderir novamente ao programa na próxima safra.
“Para minha família foi bom porque a gente não precisou passar
dificuldade”, conta. E fica feliz pela ampliação do projeto para todas
as regiões brasileiras.
Em uma propriedade de 15 hectares herdada do pai, o
agricultor Ari Paulo Stival produz praticamente tudo o que precisa para
viver e vende o excedente nos mercados da cidade de Taquaruçu do Sul
(MS). A maior parte da renda que sustenta cinco pessoas fica por conta
da venda de leite, mas, para produzir, o milho é essencial. É o grão que
garante a alimentação do gado e de outros animais que a família cria.
Na última safra, depois de quase oito meses de seca, o
produtor perdeu cerca de 80% da lavoura de milho financiada pelo
Pronaf. Com o Seguro da Agricultura Familiar, conseguiu pagar as contas e
quitar o empréstimo de R$ 7 mil. “Se não tivesse o seguro, eu não teria
condição de pagar. Teria que vender algumas vacas, que é o que me
sustenta hoje, mas aí quebrava. Foi o que me salvou, a gente está
sobrevivendo por causa disso”, explica Ari.
O Pronaf permite investimentos na propriedade,
garante a produção e assim possibilita que Ari pague a faculdade dos
dois filhos, que pretendem voltar para a chácara e ajudar o pai a
continuar o negócio da família. E é o seguro que o incentiva a continuar
pegando o financiamento. “Ano que vem irei financiar novamente sete
hectares para plantar milho, e tomara que não venha a acontecer de o
clima novamente estragar a lavoura, porque a gente não planta pensando
nisso. Mas se acontecer é uma segurança que temos. A gente fica mais
tranquilo”, conta o agricultor.
FONTE: – Secretaria de Agricultura Familiar
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