Foi nesta quarta-feira, 17, pela manhã, uma
equipe formada por representantes dos Sindicatos da Lavoura do pólo
Assu/Mossoró deverá ir a Natal para uma reunião na Federação dos
Trabalhadores em Agricultura do Rio Grande do Norte (FETARN). A pauta é a
urgência no recebimento dos créditos emergenciais disponibilizados pelo
Governo Federal desde abril, mas que até agora apenas 15% dos
agricultores receberam.
De acordo com Francisco Gomes (foto), presidente do Sindicato da
Lavoura de Mossoró, o problema é a burocracia. “Nesse período de
estiagem, um programa com o nome de emergencial com tanta burocracia,
não adianta. O agricultor precisa que seja liberado com urgência.
Quem é assentado e não recursos, a Emater está agendando visitas às
comunidades para adiantar o processo burocrático, mas de acordo com
Francisco Gomes, as equipes são insuficientes para atender à demanda.
“Uma comunidade como a Maisa não tem como fazer tudo em um só dia”,
afirmou.
Além disso, ainda tem aqueles agricultores que não moram há mais de
um ano em assentamentos e que não estão na Relação de Beneficiários
(RB), que é emitida pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA). Esses também ficam de fora dos benefícios. “Se a família mora
no assentamento, desde o momento que entra, já deve ser regularizado,
mas não é o que é feito”, continuou Francisco Gomes.
Outro problema que vem sendo enfrentado pelos agricultores é com
relação ao benefício Garantia Safra, que já está sendo pago desde o dia
17 de agosto, em parcelas de R$ 136,00, mas não a quantidade de famílias
que necessitam. “A cota de Mossoró é de duas mil vagas, mas temos em
torno de sete mil agricultores chefes de família. Além disso, dessas
duas mil, apenas 60% passaram na seleção, que é extremamente
burocrática”, disse o presidente do Sindicato da Lavoura.
A expectativa é de que nessa viagem seja resolvida de imediato a
questão do crédito emergencial. “Esperamos que haja uma ação imediata
dos governos, porque só a prefeitura não tem como arcar com tudo, tem
que ter a participação de todos os governos”, continuou.
Francisco Gomes se referiu à Prefeitura, pois segundo ele, a
Prefeitura tem abastecido algumas comunidades com carros-pipa. “Temos
mais de três mil cisternas nas comunidades rurais de Mossoró, mas é
insuficiente, é preciso que essas cisternas sejam reabastecidas, pois a
situação do homem do campo não é fácil. Um carro-pipa custa R$ 120,00”,
concluiu.
Gazeta do Oeste.
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