segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Trabalhadores rurais pedem renegociação de dívida e mais assentamentos

O governo prometeu analisar até o dia 26 de agosto de 2011 as reivindicações apresentadas ontem (23/08/11) pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina. Os trabalhadores rurais querem solução para as dívidas dos assentamentos e de pequenos agricultores que somam hoje R$ 30 bilhões, segundo cálculos do MST e o assentamento de cerca de 60 mil famílias hoje acampadas no país.
Enquanto isso, a mobilização, de acordo com lideranças do movimento, vai continuar. Hoje (24/08/11), os trabalhadores rurais esperam reunir cerca de 15 mil pessoas em uma marcha na Esplanada dos Ministérios. As mobilizações também vão ser mantidas em mais 20 estados de acordo com o coordenador do Movimento de Pequenos Agricultores, Plínio Simas.

"Não estamos nos retirando. Estamos mantendo o movimento, que vem em um crescente, como as conversas com o governo até sexta-feira. Até lá, as manifestações continuam. O governo precisa responder de forma concreta", disse Simas, após serem recebidos no Palácio do Planalto pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Também participaram da reunião o ministro Afonso Florence, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o secretário adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt e o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda. As propostas apresentadas serão levadas hoje à presidente Dilma Rousseff pelo ministro Gilberto Carvalho.

Segundo a assessoria do ministro Gilberto Carvalho, o único ponto da pauta que o governo negou, categoricamente, é o que se refere à construção da Usina de Belo Monte. Os trabalhadores rurais pedem a paralisação das obras, mas o governo não aceita negociar a construção da barragem na região de Volta Grande do Xingu, no Pará.

Segundo o coordenador nacional do MST e da Via Campesina, José Valdir Misnerovicz, o governo deve apresentar uma proposta para aliviar a situação das dívidas dos assentamentos e também de assentar famílias que estão hoje, vivendo em acampamentos.

"Estamos em uma negociação importante, e o governo reconheceu que nossa pauta é justa. Esperamos propostas de recursos para aumentar o número de famílias e o governo deve também apresentar um plano emergencial para resolver a questão da dívida e do crédito. Encerramos essa reunião hoje, mas as conversas serão mantidas até o final da semana com grupos menores", disse Misnerovicz.

FONTE

Agência Brasil

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