Abastecimento de água nas comunidades rurais é a prin-cipal reivindicação dos traba-lhadores na agricultura
Dia 16 foi a vez dos agricultores tomarem as ruas em protesto por melhores condições no campo. Em marcha representando o 15° Grito da Terra, homens, mulheres e crianças saíram do Sindicato da Lavoura até a Praça da Independência, no Centro, com faixas cobrando do Governo do Estado melhorias, principalmente na questão do abastecimento de água.
O
tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande
do Norte (FETARN), José Maria Júnior, destacou que o maior problema de
quem mora nas comunidades rurais hoje é o abastecimento de água, que se
complica ainda mais com a estiagem. “A solução viria com mais
instalações de cisternas, perfuração de poços, entre outras ações, não
só para o abastecimento humano, mas também dos animais”, explicou.
Outra
sugestão do movimento é de que o governo abra os armazéns da Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB) e disponibilize suprimentos para a
manutenção dos rebanhos. “Se não houver a intervenção do estado, todo o
rebanho vai acabar”, destacou José Maria Júlio.
Entre
as reivindicações também está a estruturação da Emater. “O homem do
campo precisa desta assistência técnica. Entregamos um documento ao
Governo do Estado com todas essas reivindicações. Caso elas não sejam
atendidas, outros movimentos como esses irão acontecer, para que o
governo tome consciência da sua responsabilidade com o homem do campo”,
continuou José Maria Júlio.
Os
agricultores também cobram ações do Comitê de Acompanhamento às Ações
de Enfrentamento à Estiagem. “O comitê já existe e nós cobramos a
reestruturação do Conselho Estadual do Desenvolvimento Rural Sustentável
(CEDRUS), que, no atual governo, não tem atuado”, afirmou.
De
acordo com o presidente do Sindicato da Lavoura, Dalvirene Elói de
Medeiros, os agricultores começaram a se mobilizar através dos
representantes de cada comunidade. “Eles queriam ocupar as rodovias
federais, mas, devido ao Grito da Terra, que já ia acontecer em nível
nacional, decidimos acompanhar o movimento”, disse.
Dalvirene
Elói afirmou que as ações devem ser tomadas em regime de urgência.
“Estamos com 100% da lavoura de sequeiro perdida, e dela depende a
sobrevivência dos agricultores e suas famílias”, concluiu.
O
líder comunitário Raimundo Lucas, conhecido como Galego do Jucuri,
explicou que a comunidade rural de Jucuri está com problemas
relacionados à agricultura e ao abastecimento de água. “O governo não
devia fazer especificação de pessoas, mas suprir as necessidades de
todos que trabalham na agricultura. Hoje, estamos cobrando que nossos
governantes olhem com outros olhos e vejam que não temos culpa da seca. E
esta é uma cobrança que nem deveria estar sendo feita, as atitudes ter
sido tomadas”, concluiu.
Gazeta do Oeste.
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