CONTAG defende aprovação da PEC do Trabalho Escravo
A
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, mais conhecida como
PEC do Trabalho Escravo, deve entrar em votação na próxima terça-feira
(8 de maio), na Câmara dos Deputados. O texto prevê que as propriedades
em que for flagrado trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à
reforma agrária ou uso social. Por esse e outros motivos é que a CONTAG
está empenhada para que os parlamentares aprovem a luta pela erradicação
da escravidão no país.
A
matéria entra em votação na semana da “Abolição da Escravidão no
Brasil”, celebrada em 13 de maio, e que em 2012 completará 124 anos. No
entanto, a CONTAG denuncia que no Brasil os trabalhadores e as
trabalhadoras rurais ainda vivem em condições análogas a de escravos
-mantidos em situações desumanas, com documentos retidos, sem receber
salários, sofrendo com maus tratos e correndo risco de morte. Segundo
dados oficiais, desde 1995, mais de 42 mil pessoas foram libertadas da
escravidão no país.
Nesse
sentido, o posicionamento da CONTAG é que a PEC 438/2001 é importante
como um instrumento de repressão à prática da exploração da mão-de-obra e
também para fortalecer o conceito da função social da propriedade da
terra, já prevista na Constituição Brasileira. “A PEC do Trabalho
Escravo precisa ser aprovada para que essa vergonha seja abolida de vez
no país”, afirma o presidente da confederação, Alberto Broch.
Para
a aprovação, é necessário obter no mínimo 308 votos favoráveis. Nesse
sentido, o Sistema CONTAG (Confederação – Federações – Sindicatos) está
se mobilizando para conseguir o maior número de adesões possíveis para
que os parlamentares cumpram o seu papel e aprovem a PEC 438/2001.
“Lideranças de todo o país estarão mobilizados em Brasília e nos estados
e, com isso, articulados com outras organizações sociais, fortalecendo a
democratização das relações de trabalho e avançando nas vitórias do
povo oprimido do Brasil”, destaca Broch.
Entenda o caso:
A
PEC 438/2001 foi apresentada em 1999 pelo ex-senador Ademir Andrade
(PSB-PA), sob o número 57/1999. Na primeira versão, o parlamentar propõe
o confisco de propriedades em que forem encontradas lavouras de plantas
psicotrópicas ilegais, como a maconha. Uma nova proposta estendeu a
expropriação de terras com casos identificados de exploração de
mão-de-obra análoga à escravidão, que deveriam ser destinadas para o
assentamento de famílias de trabalhadores rurais sem-terra.
A
proposta passou pelo Senado Federal e foi aprovada em 2003. Depois, foi
aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 2004. Desde
então, está parada, aguardando a votação em 2º turno.
Fonte: Paulo José - Assessoria da FETARN
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