No dia
21 de maio, o campo e a cidade se juntarão para realizar o Grito da Seca no
Rio Grande do Norte, uma atividade que irá mobilizar cerca de 5 mil
agricultores e agricultoras familiares de várias regiões do estado. Será um
grito de sede de água e de direitos, pois essas comunidades rurais estão sofrendo
com as consequências da estiagem prolongada no semiárido potiguar e com a
ausência de investimentos em ações estruturantes para a convivência com o
semiárido. O Grito da Seca vai acontecer no dia 21 de maio, com concentração no viaduto de Ponta Negra a partir das 8 horas. As e os participantes seguirão, pela BR 101, até o estádio Arena das Dunas, onde
acontecerá um ato público. Em
seguida, será entregue uma pauta de reivindicações ao governo estadual e
federal. Os agricultores ficarão mobilizados em Natal para negociarem com
outros órgãos (INCRA, CONAB, BNB).
A mobilização, que é organizada pelo
Fórum do Campo Potiguar, objetiva denunciar, à sociedade, o descaso e o
abandono dos agricultores (as) nos últimos anos e durante a atual seca, que é
considerada a maior seca dos últimos 50 anos. As políticas anunciadas, a
maioria delas ainda não implementadas pelos Governos Federal e Estadual são
insuficientes, sendo que algumas dessas iniciativas fortalecem a lógica da
Indústria da Seca e reforçam a ideia equivocada de que o único problema é a
falta ou a pouca chuva, quando na verdade trata-se de um problema político de
privilegiar megaprojetos e megaeventos ao invés de se garantir direitos e
democratização no acesso a água, terra, assistência técnica, etc.
A pauta do “Grito da Seca: Sede de água
e de direitos” foi construída pelo FOCAMPO (FETARN, FETRAF, ASA, MST, MMM, MLB,
CSP-Conlutas, CUT, Comitê Popular da Copa, MLST, CPT, Pastorais Sociais, FETAM,
Levante Popular da Juventude), juntamente com outros movimentos e organizações
da sociedade civil que atuam no campo e na cidade. Pela primeira vez no estado,
construiremos a unidade na luta entre os movimentos do campo e da cidade. Entre
as principais reivindicações estão: a criação de política de recursos hídricos
para universalizar o acesso a água no estado; programa estadual de assessoria
técnica permanente aos assentamentos e comunidades; estruturação dos órgãos de
assessoria e pesquisa (EMATER, EMPARN, IDEMA, INCRA); ampliação do programa de
distribuição de alimentos para os rebanhos (milho, silagem); renegociação de dívidas e financiamento para
estruturação produtiva da agricultura familiar; incentivo à produção de alimentos
agroecológicos da agricultura familiar com redução de tarifa de energia e
aquisição desses alimentos pelos programas de compras governamentais;
desapropriação de imóveis rurais pelo INCRA e infra-estrutura para os
assentamentos de reforma agrária, entre outros.
Coordenação Política
do Grito da Seca
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